sexta-feira, 1 de abril de 2011

Visões Turvadas de um Indivíduo Com Conjuntivite

Não fale nada. Não diga nada.

Deixe que eu conte meus casos, fale mal do tempo ruim, reclame da chuva e do trânsito.

Que eu gaste uma hora inteira reclamando da minha vida chata e monótona antes de perguntar o que você tem feito, por onde anda, como vai a vida.

Deixe que eu me acostume com a luz que invade a sala e por um momento quase me cega, e que eu sei, é o seu sorriso.

Acredite quando eu digo que senti sim, a sua falta.

Que desejei não uma dezena, mas algumas centenas de vezes o abraço incondicional, a aceitação.

Não pense que me esqueci, não.

Não me queira mal por ser assim tão perdido.

Se existem caminhos nesta vida, então sempre há a possibilidade da volta.

Escute aqui, ninguém é perfeito.

E eu, bem... eu sou este poço sem fundo de imperfeições.

Mas nunca, nunca esqueci você!

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