quarta-feira, 27 de abril de 2011

Critica ao Filme Rio 3D By Fabrício Rufino

O Rio do RIO é uma alegoria de estereótipos...e, muitos deles, preconceituosos ou reforçadores de uma imagem que, há anos, não cabe mais para "vender" a cidade aos estrangeiros. Longe do politicamente correto, mas sim por uma questão de pricípios, colocar o vilão na pele de um negro favelado é, no mínimo, ignorância (no sentido de ignorar). Quando se fala em vilania na favela, o "negócio" é outro... e passa por drogas e armas. A cor do chefe da boca não tem nada a ver com isso, e não há bandido em favela que queira um monte de ave e micos berrando em gaiola pra chamar atenção. O Brasil, hoje, está entre os países lideres comercilaização ilegal de animais silvestres, com mais de 12 mil espécies comercializadas por ano, e movimentando uma rede de mais de 1 milhão de reais nesse mesmo período. O tráfico parte do Norte, Centro-Oeste e Nordeste brasileiro... e vai parar no eixo Rio-São Paulo e, ainda, países do Primeiro Mundo. Uma falcatrua alimentada, não por favelados, mas por uma classe social deslocada de qualquer consciência ecológica e que acha bonito ter um animal exótico enjaulado no terraço!!! . A animação, de fato, até toca nesse tema.. mas utiliza de cliches sociais sofríveis para desenrolar o assunto. Noves fora, a produção impecável e um protagonista encantador (Blu é uma fofura inquestionável..), o Rio merecia um autorretrato mais bem desenhado.
Li isso num jornal e achei interessante compartilhar aqui. "Segundo cálculos da Riotur, a empresa municipal de turismo, as campanhas promocionais do filme alcançaram um número próximo aos dois bilhões de pessoas no mundo todo, em uma tentativa de projetar uma imagem idílica do Rio de Janeiro, cidade-sede da Copa do Mundo 2014 e sede das Olimpíadas de 2016". Repito: "em uma tentativa de projetar uma imagem idílica do Rio de Janeiro, cidade-sede da Copa do Mundo 2014 e sede das Olimpíadas de 2016". Tá explicado né? rsrsrsrs

A imagem exageradamente carnavalesca, não é assim nem no carnaval, não é uma boa representação do Rio, e também trafico e prostituição também não, então como seria o retrato?

As pessoas se incomodam demais com os estereótipos, mas no fundo no fundo eu acho que alguns têm fundamento. Fora praia, corcovado, pão de açúcar, favela, carnaval, tráfico e violência, o Rio é uma cidade tão comum quanto as outras.

 Fora onça pintada, capivara, tuiuiú, pantanal, rios belíssimos, grutas divinas, peixes espetaculares e sertanejo (universitário ou de raiz), na cidade pantaneira é tão comum quanto qualquer outra.

O problema não é o estereótipo, e sim a caricaturização do estereótipo. Há filmes, principalmente de comédia, que têm como proposta criar caricaturas de um segmento. Tudo bem. Mas o problema de um filme que tem como proposta exaltar uma região, como Rio, cair no exagero caricatural e generalista de estereótipos, se caracteriza como erro de leitura, ou, no mínimo, mau gosto e desrespeito com sua população. O Rio de Janeiro é muito mais do que "praia, corcovado, pão de açúcar, favela, carnaval, tráfico e violência", assim como sua cidade é muito mais do que "onça pintada, capivara, tuiuiú, pantanal, rios belíssimos, grutas divinas, peixes espetaculares e sertanejo (universitário ou de raiz)".

Mas até ai tudo bem, o clima começa a esquentar quando mostra a pobreza absoluta do nosso país (sabemos que somos assim, mas quando é nos filmes americanos eles não exageram tanto). E chegou no gota d'água quando mostrou o racismo. Mostrando que macacos que vivem no Rio, ou na favela são ladrões. E uma frase que ficou na minha cabeça foi quando o passaro mal disse algo similar a "isso é que dá quando se dá serviço pra macaco".

Usar os micos como vilões menores do filme é racismo??? Por que?? Talvez porque você associe macacos aos negros, não? Aí o racismo tá na cabeça de quem??? Então, leões são perversos (Scar), crianças de um orfanato maltratam seus brinquedos ( Toy Story 3), e baianos são traficantes (Tropa de Elite).

Um comentário:

  1. Oi! adorei a sua crítica! Só gostaria que soubesse que o pássaro mal disse "É isso que dá mandar macaco fazer serviço de ave!"
    Acho que o filme quis retratar o Rio como o lugar onde mesmo com as coisas ruins(tráfico de animais e outros), tudo acaba bem no final. Na verdade nem tudo acontece por milagre, como o ornitólogo achar Blu lá em minessota tão facilmente. Vlw, tchau!

    ResponderExcluir